Alguns chamam erroneamente de cabos. Mas o termo cabo não explica se você está falando de um equipamento de fibras naturais, sintéticas, ou de aço. Então o aconselhável é a gente aprender e se acostumar a chamá-las de cordas. O que é muito comum em palestras e aulas que participo, é surgir a pergunta: é qualquer corda que serve para proteger trabalhadores? A resposta é não.
Existem inúmeros modelos de cordas disponíveis no mercado, que são projetados e fabricados para atividades específicas ou para atender determinadas condições ambientais. Dentro dessa variedade a gente tem formas de construção de tramas diferentes; a matéria prima, ou seja, os fios que fazem essas cordas também são de matérias primas diferentes; alguns modelos são mais eficientes para amortecer a queda de uma pessoa, outros menos; a resistência mecânica, ou seja, o quanto ele resiste a tração também varia muito e dentro disso até mesmo cordas de aparência semelhante, de mesmo diâmetro, podem apresentar valores muito diferentes. Então volto a dizer, não é qualquer corda que serve para proteção de pessoas.
Eu só vou chamar corda de segurança aquelas que foram projetadas e fabricadas para pessoas. Elas tem as características para garantir a segurança de um trabalhador ou de um esportista, que eventualmente venha usar ela para acesso ou até mesmo amparar a queda de alguém. Também são usadas para operações de resgate e salvamento que envolvem vítimas humanas.
Entre as cordas de segurança, existe uma variedade. São classificadas pela construção ou pela elasticidade. As cordas mais populares são como essas aqui, que são cordas enroladas:
Nós temos esse padrão de corda, é uma corda de 12mm
e ela já é composta de partes (corda padrão NR-18):
Essas outras cordas, são as que seguem
o padrão internacional e são as cordas que nos interessam:
As melhores cordas hoje disponíveis no mundo, são compostas basicamente de duas partes: a interna, que a gente chama de alma, e a externa que seria a capa para proteger essa alma, que é conhecido como capa e alma.
Desde 2011 nós já temos uma Norma brasileira, que foi publicada pela ABNT, a NBR 15986:2011, que estabelece critérios para a construção desse tipo de corda e a metodologia de ensaio (testes).
Para o dia a dia de trabalho, nós temos uma corda que vai ter mais ou menos 1/3 da elasticidade da outra. Pelos padrões internacionais, dependendo do diâmetro, matéria prima e como é construída, vai de 2% a 4%, ou seja, com os mesmos 80kg ela vai esticar de 2% a 4%. Ela tem alguma elasticidade, tem capacidade de amortecer a queda dentro de algumas limitações mas também não é elástica demais, então não tem a inconveniência de esticar muito para determinadas tarefas e funções.
A ABNT, com a publicação da Norma de Cordas de 2011, a NBR 15986:2011, trouxe para o Brasil então um padrão internacional, o modelo que é usado nos EUA e na Europa. Mas o mais importante é que essa Norma traz uma rigidez muito maior com a metodologia de ensaio e testes. A Norma exige, na corda padrão NR-18, que os fabricantes façam testes regulares de tração e o resultado é um valor de resistência mecânica. Esse tipo de corda, que atende a NBR 15986:2011, passa por 12 ou 13 testes diferentes para se provar que ela realmente está adequada em conformidade com a Norma.
Só pra citar alguns deles. O primeiro é um teste de tração para se avaliar a resistência mecânica da corda, que é feito sem terminações para saber quanto esse conjunto de fios de tramas consegue suportar.
Essa mesma Norma vai exigir que você refaça o teste com uma outra amostra da mesma corda com as terminações, que normalmente são nós. Existem outras formas de você fazer uma terminação na corda mas o mais comum são nós.
E tem o teste dinâmico que se constitui em 5 quedas consecutivas com fator de queda 1 e uma massa de 100kg. Para aqueles que não sabem o que é um fator de queda 1, veja o informativo abaixo.
Cordas: alguns chamam erroneamente de cabos. Mas o termo cabo não explica se você está falando de um equipamento de fibras naturais, sintéticas, ou de aço. Então o aconselhável é a gente aprender e se acostumar a chamá-las de cordas. O que é muito comum em palestras e aulas que participo, é surgir a pergunta: é qualquer corda que serve para proteger trabalhadores. A resposta é não.
Existem inúmeros modelos de cordas disponíveis no mercado, que são projetados e fabricados para atividades específicas ou para atender determinadas condições ambientais. Dentro dessa variedade a gente tem formas de construção de tramas diferentes; a matéria prima, ou seja, os fios que fazem essas cordas também são de matérias primas diferentes; alguns modelos são mais eficientes para amortecer a queda de uma pessoa, outros menos; a resistência mecânica, ou seja, o quanto ele resiste a tração também varia muito e dentro disso até mesmo cordas de aparência semelhante, de mesmo diâmetro, podem apresentar valores muito diferentes. Então volto a dizer, não é qualquer corda que serve para proteção de pessoas.
Eu só vou chamar corda de segurança aquelas que foram projetadas e fabricadas para pessoas. Elas tem as características para garantir a segurança de um trabalhador ou de um esportista, que eventualmente venha usar ela para acesso ou até mesmo amparar a queda de alguém. Também são usadas para operações de resgate e salvamento que envolvem vítimas humanas.
Se estamos tratando de cordas, inevitavelmente precisamos abordar "nós", que é usado para a terminação das cordas. Se quer amarrar a corda em algum lugar ou conectar alguma coisa na corda, você faz isso através de nós. Existem muitos nós no mundo, marinheiros sabem disso, escoteiros, são muitos nós para aplicações diferentes ou várias alternativas para resolver um mesmo problema no mesmo tipo de aplicação. Mas nesse universo tão grande de nós, alguns poucos foram os eleitos para as atividades verticais que são esportes de aventura como escala em rocha, escala em gelo, exploração de cavernas, trabalho em altura, resgate em ambiente industrial, todos usam praticamente os mesmos nós. Se você tem tantas opções e selecionou poucos, é porque tem critérios claros pra isso e na verdade são vários. Existe uma lista de itens de critérios que vão ser atendidos para se considerar um nó adequado para as atividades verticais.
Vou apenas citar um deles, que é um dos mais importantes: na seleção dos nós tem aqueles que influenciam menos na resistência da corda, aqueles que fragilizam menos a corda. Como assim?
Considere uma linha de pesca de 0,3mm, bem fininha. Pode ser que se eu vestir a luva, com a própria força da mão possa rompe-la. Mas aprendi com um pescador uma maneira fácil de partir o fio que é com um nó simples, que ao ser feito fica fácil de partir. O que aconteceu com essa linha de pesca, acontece com nossa corda de segurança!
O ponto frágil da corda é um nó. Se vai romper, vai romper no nó. Lembra que eu falei que pela NBR 15986:2011 você faz um teste com a corda sem as terminações? no caso desse modelo, a resistência foi um pouco maior do que 3.500kg de força.
Como a própria NRB exige, você tem fazer o teste com uma outra amosta da mesma corda mas com as terminações. No caso aqui foi usado um nó específico que é o 8 duplo, pra saber com que força a corda se romperia usando o nó.
Inicialmente ela apresentou uma resistência com pouco mais de 3500kg sem terminação. Com o nó, ela rompeu com pouco mais de 2100kg, ou seja, teve ai uma perda de 40% da resistência da corda. isso porque é um nó adequado, bem feito e mesmo assim teve essa perda considerável. Pela literatura internacional, essa perda fica mesmo entre 30% e 40%. É por esse motivo que as cordas de segurança, aquelas feitas pra pessoas, precisam ter uma resistência mínima de 2.000kg de força.
É disto pra mais. Não adianta adquirir um equipamento de primeira linha se não souber ter cuidados com o equipamento porque você pode anular todas as características de segurança que ele tem. Então algumas regras básicas quando se usa corda e alguns outros equipamentos que são testes feitos de fios precisam ser obedecidos.
Num kit para ancoragens, montagem de linhas de vida, uso de cordas, tem um acessório que é fundamental: um protetor de cordas. É um envelope que se coloca no trecho da corda que vai ter contato com alguma superfície ou algum ponto vivo. Uma solução de custo baixo e até bastante eficiente é usar pedaços de mangueiras velhas e cortar esses pedaços para usar como protetor de corda. Esse material é um excelente protetor, é muito resistente e protege bem a corda. O inconveniente uma solução improvisada dessa maneira, é que esses pedaços são volumosos e pesados. Na hora de transportar faz diferença.
Ao perceber um dano num ponto específico da corda, isso não vai te obrigar a descartar toda uma corda. Se uma corda de 50m e a 20m de uma das pontas percebe um dano e na dúvida você tem que acreditar que aquilo é realmente um dano interno ou externo, pode cortar o trecho danificado e aproveitar os pedaços que sobraram. O importante é eliminar aquele trecho suspeito de um dano ou que visivelmente tem um dano. Só que cortar a corda, não é simplesmente pegar uma lâmina e passar. Uma corda na verdade é uma trama de fios, não tem nada que esteja unindo esses fios a não ser um fio sobre o outro. Para que não se perca a corda em uso, ou seja, não deixar que essa trama vá se desfazendo conforme é utilizada, tem que ter o cuidado de cortar e derreter as pontas para que elas se unam. E aí o macete de colocar uma fita adesiva, qualquer uma, para você enquanto corta os fios não irem se abrindo. Essa fita adesiva é só para manter as pontas unidas enquanto você está cortando e no final do acabamento, usar uma fonte de calor, pode ser uma superfície quente, um isqueiro, para queimar essas pontas e garantir que a trama não se desfaça. Veja exemplo no vídeo abaixo:
No próximo artigo, vamos dar continuidade a esse tema e abordar o manuseio, transporte e armazenamento de cordas. Até a próxima!
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