Ter uma CIPA eficiente dá trabalho, é uma conquista diária! Nesse podcast
o colega TST Tiago Minozzo nos conta como fez para mudar
a cultura da empresa no que se refere á CIPA.
Vamos ver os 7 passos para uma CIPA de sucesso!
Quando a gente fala em CIPA, a grande questão é o próprio profissional da Segurança acreditar na CIPA. Nós devemos ver-la como uma ferramenta importante de prevenção e não como um fardo a ser carregado. A partir do momento que a gente trabalha e tem um objetivo em comum, que é melhorar cada vez mais o ambiente de trabalho e proporcionar uma qualidade de vida aos nossos colegas, e quanto mais pessoas engajadas nessa missão, as coisas acontecem.
Nós não podemos achar que o SESMT, o Técnico ou o Engenheiro, vão fazer tudo sozinho. Nós precisamos cada vez mais estabelecer parcerias para facilitar o nosso trabalho e acredito que assim, fortalecendo essas parcerias e trazendo as pessoas para participar, o resultado acontecerá naturalmente.
Então, quais são os passos decisivos para conseguir ter uma CIPA que seja eficiente?
Quando nós começamos a trabalhar e identificamos essa necessidade de fortalecer a CIPA, o primeiro passo foi a capacitação. Nós temos um treinamento de 20 horas obrigatórios para uma comissão pronto que é aplicado as organizações, seja ela uma industria ou qualquer outro segmento. Mas e as particularidades de cada empresa? isso que a gente tem que trabalhar. Então nós desenhamos junto com o RH da empresa as particularidades e o que nós esperávamos da CIPA dentro da nossa empresa. Esse foi o primeiro passo, capacitar e definir os objetivos para a CIPA.
Segundo passo foi trazer o Gestor para participar disso, nós precisávamos mudar a imagem da CIPA e fazer com que ela trabalhasse e desse resultado para adquirir credibilidade, pois sem credibilidade dificilmente a gente consegue desempenhar suas atividades com a participação dos outros. Capacitação, apoio do Gestor e a CIPA trabalhando. E essa questão de credibilidade é fundamental até para convencer as pessoas que vão fazer parte das próximas gestões.
O que acontecia muitas vezes é que as pessoas não queriam atrelar o seu nome a CIPA porque a CIPA tinha fama de que só vai quem quer estabilidade. Então a gente começou a ter que desmanchar essa visão e hoje a gente tem na CIPA pessoas que realmente querem trabalhar e estão olhando para a prevenção. Então passou por ai também, essa credibilidade vai muito pelo trabalho da CIPA. Nosso papel enquanto técnicos é fomentar isso, buscar práticas inovadoras, desafiadoras, desafiar a comissão pois se não estivermos ali colocando lenha nessa fogueira a chama vai abaixar. Então nós somos as pessoas que alimentam esse fogo e tem que ser feito continuamente. Esse é o nosso desafio enquanto profissionais da área de Segurança.
A nossa CIPAT não é mais de 1 semana, conseguimos aumentar a duração. A gente já fez uma CIPAT de 10 dias, uma de 20 dias, essa última agora voltou a ser de 1 semana então a gente trabalha fazendo coisas diferentes. O ano passado nós organizamos um arraiá. Cada setor organizou uma banca e esse setor ia dizer para as outras pessoas o que eles faziam dentro da empresa. A gente estava estimulando a interação dos colegas. A comissão foi dividida em cada setor com 2 Cipeiros e esse Cipeiro fazia o levantamento de risco do setor e apresentava junto com as pessoas do setor para quem estava visitando. Essas coisas dão trabalho mas é isso que faz com que a gente consiga motivar a CIPA. Ou seja, se você quer ter uma CIPA eficiente, você tem que se dar ao trabalho de buscar trabalho. Se nós ficarmos sentados atrás de uma mesa esperando as coisas acontecerem sozinhas, elas não acontecem. Somos nós que temos que buscar estabelecer os desafios.
Quais os indicadores principais para mostrar a CIPA para o empregador?
Nós temos 3 indicadores macros que são taxa de freqüência/gravidade e nós temos um indicador bem específico que é índice de melhorias sugeridas e implementadas. Antes muitas coisas eram sugeridas mas não saiam do papel. É uma dificuldade que se tem muitas vezes. E a forma que encontramos de mudar isso foi montar um indicador pois nós entendemos que quando se sugere algo em relação a Segurança é porque tem um risco. No momento em que eu resolvo aquele problema, diminui o risco. Então esse indicador é um dos que eu acho fantástico junto com a taxa de gravidade e a freqüência que vem para complementar. Claro que temos outros que são mais setoriais, que são número de inspeções e assim por diante mas além do indicador, temos que analisar o que está por trás desse indicador. Qual resultado dele, porque chegamos nesse resultado, porque não atingimos, etc. Temos que entender os motivos e analisar as circunstancias. Registrar é fundamental.
Uma das ações que temos na empresa é o fechamento do ano, convidamos todos os gestores e apresentamos esse resultado. É uma forma de trazer esse pessoal para o nosso lado e já lançar o desafio para o próximo ano. Quando a gente mostra bons números de redução de número de afastamento, são pessoas da equipe deles que estão trabalhando e deixaram de se acidentar, pessoas que podiam estar em casa acidentadas e estão lá produzindo. Isso que temos que mostrar, analisar os indicadores e trazer as pessoas e apresentar isso, quer dizer que eles estão participando, eles foram fruto disso, eles fazem parte daquele resultado.
Nós começamos fortemente a trabalhar indicadores em 2010. Nós registramos durante o ano as principais ações daquele ano e que impactaram diretamente para redução dos indicadores. Eu sempre digo para o pessoal que vai lá visitar a empresa e ver como funciona a Segurança, que se eu não mostrar as ações que a gente desempenhou e que impactaram naquela redução, alguém pode dizer que foi sorte. É preciso mostrar que não foi sorte.
E essa questão do FAP e do SAT, impactou na sua empresa de que forma?
De acordo com minhas contas, daria para comprar 2 máquinas injetoras novas pela redução que tivemos em um único ano. O FAP pega o resultado dos últimos 2 anos. O que pode acontecer é que podemos ter um resultado muito bom no primeiro ano e muito ruim no segundo mas isso não refletiu no FAP. O FAP é um bom exemplo de trabalho a médio prazo. Chegamos no momento em que tínhamos um FAP alto, diminuímos bastante e depois voltou a subir um pouco. Analisamos, montamos um plano de ação e hoje nosso FAP voltou a diminuir porque nós identificamos, teve que ter estratégia. Plano de Ação envolve o RH, Gestores que tem a equipe na mão, pois uma das coisas que impactam diretamente são os acidentes e o RH pela questão dos afastamentos. Nós temos que trabalhar em força tarefa pois sozinho não conseguimos nada.
Autor: Thiago Minozzo
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